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Comissão amplia fundão eleitoral para R$ 4,9 bilhões; valor ainda pode crescer durante votação do Orçamento

Publicada em: 30/09/2025 17:09 -

A Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprovou nesta terça-feira uma instrução normativa que eleva o Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), conhecido como fundão eleitoral, para R$ 4,9 bilhões em 2026. O valor representa um salto em relação à proposta enviada pelo governo federal no projeto de Orçamento, que previa R$ 1 bilhão. A mudança foi feita no projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA) que ainda precisa ser aprovada pela comissão e pelo plenário Congresso.
Em 2022, na última campanha presidência, o fundo foi de R$ 4,9 bilhões, que corrigidos pela inflação fica em R$ 5,4 bilhões.

No pleito municipal, em 2024, o fundo também foi o mesmo valor.

A ampliação foi viabilizada por um rearranjo orçamentário. Do total aprovado, R$ 2,9 bilhões serão retirados da reserva destinada às emendas de bancada estadual e outro R$ 1 bilhão virá do cancelamento de despesas discricionárias, ou seja, de gastos que não são obrigatórios, que saem diretamente do orçamento do governo, mas ainda serão definidos. Isso serão acrescidos ao R$ 1 bilhão que já estava previsto.

Não houve objeção de parlamentares da base para aprovação dessa mudança. A decisão reduz de R$ 14,2 bilhões para R$ 11,2 bilhões o espaço disponível para emendas de bancada no próximo ano.
O fundo eleitoral é abastecido apenas em anos de eleição. Criado em 2017 após a proibição do financiamento empresarial de campanhas, ele é usado para custear gastos como propaganda, material gráfico, cabos eleitorais e logística. A cada ciclo eleitoral, o valor destinado ao fundo se torna uma das negociações mais tensas entre o Executivo e o Legislativo, já que seu montante impacta diretamente a estratégia dos partidos e a distribuição de recursos entre candidatos.

Nos bastidores, a aposta é de que o fundo deve crescer ainda mais.

O relator-geral do Orçamento de 2026, deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), tem a prerrogativa de ajustar valores durante a tramitação da Lei Orçamentária Anual (LOA) e deve elevar a cifra para algo próximo dos R$ 5 bilhões, patamar considerado mínimo pela maioria dos líderes partidários.Em 2024, ano das eleições municipais, o governo propôs R$ 940 milhões, mas o Congresso elevou o valor para R$ 4,9 bilhões, repetindo o montante da disputa presidencial de 2022. À época, prevaleceu a pressão da cúpula da Câmara, liderada por Arthur Lira (PP-AL), enquanto o Senado chegou a sugerir uma solução intermediária, rejeitada pelos deputados. O presidente Lula, que inicialmente hesitou, sancionou o valor integral para evitar novo desgaste político com sua base parlamentar.

O movimento agora é semelhante. Em agosto, o governo havia fixado R$ 1 bilhão para o fundo e, para dar o recado de austeridade, incluiu o valor dentro da reserva de emendas de bancada, numa tentativa de transferir para o Congresso a responsabilidade de ampliar os recursos e assumir o desgaste público.

O Fundo Especial de Financiamento de Campanha é dividido entre os partidos de acordo com critérios como o tamanho das bancadas na Câmara e no Senado, o desempenho das legendas nas eleições anteriores e a representação no Congresso. Assim, os maiores partidos tendem a receber fatias mais expressivas dos recursos. Em 2024, por exemplo, o PL recebeu R$ 886 milhões, enquanto o PT ficou com R$ 602 milhões.

 

O Globo

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